Em geral, a intolerância é uma forma de violência que explicita nossas opiniões, conceitos, visão de mundo, invertidamente. Quando não há mira no alvo, não se vê inimigo. Então o oposto vira motivos para guerra, discussões, indiferenças em vários galhos de uma imensa árvore. Religião, esporte, política, casamento, amizade, as brigas de torcida, as divergências escatológicas, o sectarismo, a homofobia, a heterofobia, a xenofobia, a aversão ou o preconceito de toda ordem regem a autodefesa. Ameaça?
Só se defende
bandeiras por ideologia e nossas opiniões derivam de nossas escolhas ou
preferências. Naturalmente, a vida, como aprendizado pode alargar, melhorar,
podar ou até mesmo extinguir ideias que defendemos. Não obstante, nossa mutação
diária exige de nós a flexibilidade, o raciocínio, a reflexão acerca dos
assuntos nos quais opinamos, sobretudo respeito pela diferença e quem pensa e
age diferentemente no seu direito de diferente ser.
Um dilema para
mudanças de visão ou compreensão do diferente é que é fácil ler sobre o que
gostamos, é fácil elogiar aquilo que já nos é convicção. Aceitamos aqueles de
nossa tribo ideológica. Ao escolhermos o que nos é familiar é uma posição
cômoda de nosso ego. Difícil mesmo é o oposto: incomoda, agoniza, queima a
língua para mandar o verbo refurtador, metralhar a oposição.
No futebol,
por exemplo, só há vencedor por que há o vencido. Muito mais que amar um clube
de futebol é aceitar, respeitar, entender a importância do adversário e dele
ansiar uma boa e saudável disputa, afinal, ganhar é bom e do rival ainda mais
gostoso, mas nem por isso repudiá-lo ou mesmo odiá-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário